terça-feira, 3 de agosto de 2010

Lendas e Mitos - 2 - O Muiraquitã

E aqui estou eu em mais uma missão complicada, mas se foi prometido no post anterior, devo cumprir. Pois bem, muuuuuitas versões existem para esta fascinante lenda; é entre contradições, mistérios e poucas provas que vivem as histórias do Muiraquitã, apesar disso vou tentar resumir um pouco de tudo aqui. Segunda lenda:

(continuação da anterior) E dizia então aquele índio que na última noite de lua cheia, caminhavam as Icamiabas, carregadas de perfumes, em direção ao “Espelho da Lua”, lááá pras bandas do rio Nhamundá (ao lado), onde dizem que elas viviam. Em outras versões, dizem que elas caminhavam rumo ao “Lago Verde”, nas proximidades de Alter-do-chão, uma vila turística localizada na margem direita do rio Tapajós e ligada por via rodoviária à cidade de Santarém.

O rio Tapajós possui característica única entre os afluentes do Amazonas – suas águas são cristalinas – e, em frente à vila, com a descida das suas águas durante o verão, surge uma lagoa cor de esmeralda cercada por bancos de areia branca apropriadamente denominada de “Lago Verde” (foto abaixo). A confusão de versões quanto ao local dá-se pelas únicas provas das lendárias guerreiras, os Muiraquitãs, terem sido achados em diversas regiões.

De qualquer forma, acredita-se que no fim da série de acasalamentos das índias com os guerreiros “convidados”, havia a cerimônia para a deusa Iaci, quando as belas guerreiras purificavam as águas da lagoa com seus perfumes e se atiravam a ele para de suas profundezas retirarem, ainda em pedra bruta, o que daria origem ao Muiraquitã, sendo os os materiais de confecção: jadeíte, nefrite, ordósia, diorite, estratite ou pedra-cristal. Dizem ainda que este transformava-se assim que saia da água, ao entrar em contato com o ar, algumas versões afirmam que a forma era sortida, outras que as próprias índias escolhiam com o poder da mente e outras que eram moldadas manualmente pelas belas. As formas variavam entre cilíndricas, antropomórficas e zoomórficas, sendo os mais afamados os de cor verde (jade) e de forma batraquiana (sapo).

Após toda a cerimonia, presenteavam com os amuletos os guerreiros Guacaris, seus amantes, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de lhes dar outros poderes mágicos.


Hoje em dia, as peças autênticas existem apenas em museus e vão a leilões sob valores incríveis. Há quem espera encontrar uma peça original sendo assim tocado pela magia do amuleto; alguns acreditam até mesmo nas imitações, encontrados em qualquer feira nas principais cidades da amazônia; há quem acredite que este tem o poder de curar todas as doenças, de trazer um grande amor, de trazer sorte; muita discussão existe entre os historiadores quanto ao seu material e sua origem, ou seja, apesar de todas as contradições, ainda hoje, o Muiraquitã sobrevive forte e vivo no imaginário do povo amazônida.


Fontes: ENSJO, Abrasoffa, Aventur

6 comentários:

  1. li em outros sites versão diferente, nao encontrei nenhuma versão igual a sua. não usarei sua versão no trabalho de minha filha. obrigada !!!!

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  2. desculpe pela asperesa, mas nós as mães q temos q dar conta dos trabalhos dos filhos ficamos loucas sem ter certeza se a fonte esta certa. favor verificar seu texto de MURAQUITÃ. pois não achei versão igual a sua.

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    1. olá, muiraquitã, assim como qualquer lenda, é um relato de imaginário, tradição oral, devido a isto, existem várias versões e interpretações. Nenhuma é igual a outra e cada autor tem a sua, mas alguns só copiam ou reescrevem a dos outros. Esta é a que concluí a partir das minhas leituras e do que ouvi nos interiores Paraenses. Também um pouquinho do que pesquisei do museu de rochas da UFPA. Mas você pode usar versões de revistas, sites ou pequenos livros publicados se precisa referenciar a fonte.

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  3. Óbidos, Monte Alegre e Santarém são (cientificamente) os locais mais prováveis de origem do elemento muiraquitã presente em algumas lendas amazônicas que antigos romancistas e folcloristas, por conta própria, estenderam para outras localidades. A outra única possibilidade de origem seria da tese asiática, no entanto essa é defendida por uma minoria extremamente pequena de pesquisadores.

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  4. Óbidos, Monte Alegre e Santarém são (cientificamente) os locais mais prováveis de origem do elemento muiraquitã presente em algumas lendas amazônicas que antigos romancistas e folcloristas, por conta própria, estenderam para outras localidades. A outra única possibilidade de origem seria da tese asiática, no entanto essa é defendida por uma minoria extremamente pequena de pesquisadores.

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  5. Lenda é lenda mas tive o privilégio de ouvir a lenda do Muiraquitâ contada por Laurimar Leal e esta versão é a que mais se aproxima da dele. além disso, os trabalhos da Ufpa são frutos de pesquisa e não ficções contadas por pessoas que nunca se aproximaram do povo que mora aqui na Amazônia como o ex-diretor do museu de Santarém a quem me referi. Gostei desta versão. É realmente resultado de pesquisa. vou usá-la.

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