sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lendas e Mitos - 1 - As Icamiabas

eE aí viram aquele grupo de garotas vestidas com “tanguinhas” dançando naquele colégio no bairro da Marambaia, na própria vizinhança dos donos e das idealizadoras do grupo. “Dona Raimunda” achou “liiiindo” e pediu com toda simpatia pra ver na sua rua, depois tooodo mundo queria na sua e os meninos da igreja na paróquia lá dos fundos do bairro... Mas o que representam essas garotas? Por que só garotas? E essa garra toda? Acaso? Bom, de fato inicialmente eram só garotas (6,9,15,18) e não era à toa. O grupo em eixo representa as Icamiabas... (HEIN??) As amazonas (Aaaaah ta). Então vamos à primeira lenda:

ndas

Há 5 séculos atrás desbravou pelos rios da amazônia o espanhol Francisco de Orellana numa épica viagem relatada pelo Frei Gaspar de Carvajal. Entre os relatos do cronista havia algo sobre deparar-se com um grupo de mulheres guerreiras, falava inclusive do inacreditável combate travado com as mesmas. De antemão foram

chamadas de Amazonas (ao lado), uma analogia à mitologia grega, o que aqueles estrangeiros cresceram ouvindo; o nome deriva do grego “ amadzón” - “a” (não) e “madzós” (seio) –, pois dizem que aquelas sacrificavam sua feminilidade mutilando um dos seios, não apenas para facilitar o manuseio do arco e flecha, mas também para fortalecer a Grande Deusa grega Ártemis, também conhecida como “Diana de Éfeso”.


Quando perguntaram a um índio sobre quem seriam aquelas guerreiras, se era verdade o que haviam visto, o índio as chamou de ICAMIABAS (também existem outros nomes no tupi dados a elas) que significa "mulheres sem maridos". Contava o índio que as belas guerreiras nuas e valentes (com ambos os seios, vale lembrar que as Icamiabas NÃO são as Amazonas) viviam numa aldeia onde apenas o sexo feminino era permitido, até o período da lua cheia, quando faziam uma cerimônia sagrada para a Deusa “ Iacy” , a mãe-lua, no lago “ Iacy-uaruá” , que quer dizer "Espelho da Lua". Para esse ritual sagrado eram convidados os indígenas “Guacaris”, vizinhos e amantes das belas guerreiras, alguns dizem que elas na verdade os capturavam durante as guerras, o que não era bem um convite. Todo o ritual dava origem ao que chamamos de Muiraquitã (próxima lenda) e posteriormente era o que daria continuidade à tribo.

Diz a lenda que o fruto desse encontro amoroso, quando menino ficava sob proteção do pai, sendo enviado à aldeia do mesmo; se menina fosse, seria educada pela mãe segundo as tradições ancestrais das “ Icamiabas”.


As Icamiabas viviam no interior da região do Rio Nhamundá, sozinhas. Ali, eram regidas por suas próprias leis. Durante muitos anos foram procuradas por diversos estudiosos e exploradores, porém nunca foram encontradas. Os pesquisadores e historiadores desmistificam a existência das belas guerreiras se utilizando de vários argumentos, apesar disso, a beleza do mito é interpretada, recontada e homenageada até hoje, mesmo 5 séculos depois do suposto encontro.

Aqui no grupo tentamos representar as lendárias com toda a garra, raça e charme possíveis para homenagear chegando o mais próximo possível de toda a formosura daquelas que combatiam os homens sem o temor proveniente da hierarquia entre homens e mulheres dos tempos atuais.


Fontes (copiado e adaptado de): Flickr e Aventur


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sobre o blog

É, podia ser só um porta-fotos e veículo de divulgação do grupo... Mas não será.

A proposta desse novo blog, além de divulgar e informar um pouco mais sobre o grupo, é falar um pouquinho sobre nossa cultura, a amazônica; um pouco de nossas lendas, mitos, falar de nossa música, nossa dança, enfim: tudo que está diretamente relacionado com a essência do grupo. Sendo assim, se você quer conhecer um pouco mais sobre a cultura amazônida (em especial a paraense), se você não conhece e gostaria de conhecer ou se já conhece e quer saber qual é a do grupo, acompanhe nossos posts e sempre nos ajude comentando.

Espero que vocês se divirtam e se apaixonem tanto quanto nós por essa cultura belíssima e encantadora!

Abraços


A mediadora.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Breve Histórico






Surgiu num bairro suburbano de Belém do Pará em 2001, a partir de uma brincadeira entre garotas as quais idealizaram e solidificaram a existência do grupo com o apoio dos pais e responsáveis. Originalmente formado apenas por meninas, caracterizando-se como as Icamiabas (mais no próximo post), possui coreografias próprias, sob o comando da coreógrafa Andréa Paixão e com belíssimas indumentárias, cuja criação e confecção são feitas pela própria coordenação e dançarinas do grupo.

Em todos os lugares em que se apresenta o grupo desperta seu público, sendo em todas as ocasiões bastante aplaudido. Apresenta-se em diversos lugares, desde escolas do bairro sede (Marambaia), passando por universidades, clubes, conjuntos habitacionais, comunidades, paróquias, importantes empresas no estado do Pará (entre elas Caixa Econômica Federal e Rede CELPA), escolas em bairros nobres, pontos turísticos e shoppings; no carnaval de 2006 fizemos uma participação no carro abre-alas como destaque da Escola de Samba “Deixa Falar”; já participamos também de importantes festivais como o FIDA (Festival Internacional de Danças da Amazônia) e o FEBRAF (Festival Brasileiro de Folclore).

Exibidos em redes locais de televisão e reconhecidos por autoridades locais e importantes nomes da dança em Belém, como Clara Pinto e Ana Unger (graças à nossa coreógrafa), por muitas vezes houve a ameaça de parar o grupo, principalmente por questões financeiras. Quem trabalha com confecções de fantasias sabe do drama dos valores, ainda mais aqui em Belém. Recebemos um apoio da Rede CELPA há alguns anos, tiramos dinheiro do próprio bolso, fizemos rifas e bingos, principalmente após 4 anos dançando com a mesma roupa, quando esta já estava absurdamente danificada. Apesar de nossos problemas, superamos e nos mantemos na estrada graças ao apoio de outros grupos culturais (como Ananin Dance - parte de verde na foto acima), de amigos, familiares e de cada sorriso e aplauso que arrancamos a cada apresentação. É toda essa paixão pela nossa cultura e pela dança que nos mantém de pé e faz sobreviver o que começou há quase 10 anos com apenas 6 garotas e agora conta com 24 jovens, sendo 2 rapazes - ou 1 e meio (em breve explico).


Prazer! Somos o Encanto Marajoara e precisamos do seu carinho, admiração e apoio para seguir em frente. Sejam bem vindos e não esqueçam de comentar hein ;) !