Encanto Marajoara : Lendas e Mitos 3

Dizem os ribeirinhos que na calada da noite, vestido todo de branco - calça, camisa e chapéu de aba longa (cobrindo o rosto), sai do meio do rio um belo rapaz que ronda as festas juninas da vizinhança em busca de jovens donzelas virgens e desacompanhadas; ao escolher a sua, encanta-a até o meio do rio para uma noite de amor, desvirtua-a e deixa nela um fruto desse encanto junto da vergonha em ter sido dominada pela bela praga.

Eis então o lendário BOTO, assim chamado, pois antes de sair da água é um mamífero aquático das doces águas da Amazônia, o boto - vermelho ou cor-de-rosa; daí o chapéu, para esconder o buraco na cabeça por onde respira.

Em muitos vilarejos ainda há quem diga ter sido encantada pelo boto ou quem advirta: Cuidado com ELE!

Mas há também quem diga, pesquisadores principalmente, que tudo não passa de conversa de gravidez indesejada, fruto de “safadeza”, de mãe-solteira.

De qualquer forma, é sem dúvida uma lenda belíssima e muito sensual! E é assim que tentamos representá-la na coreografia de Andréa Paixão, fruto da junção das canções “Olho de boto”, de Nilson Chaves e “A festa do boto”, Boi Caprichoso; o casamento de Belém e Parintins, como a ribeirinha e o moço do fundo do rio.

Ainda não temos vídeo só da dança, mas tem um bom pedaço da mesma no segundo bloco do documentário “Danças Paraenses”, gravado e exibido na RBA (Band).

Confiram as imagens no Orkut do grupo e algumas aqui:

Quadra Junina 2010