E aqui estou eu em mais uma missão complicada, mas se foi prometido no post anterior, devo cumprir. Pois bem, muuuuuitas versões existem para esta fascinante lenda; é entre contradições, mistérios e poucas provas que vivem as histórias do Muiraquitã, apesar disso vou tentar resumir um pouco de tudo aqui. Segunda lenda:
(continuação da anterior) E dizia então aquele índio que na última noite de lua cheia, caminhavam as Icamiabas, carregadas de perfumes, em direção ao “Espelho da Lua”, lááá pras bandas do rio Nhamundá (ao lado), onde dizem que elas viviam. Em outras versões, dizem que elas caminhavam rumo ao “Lago Verde”, nas proximidades de Alter-do-chão, uma vila turística localizada na margem direita do rio Tapajós e ligada por via rodoviária à cidade de Santarém.
O rio Tapajós possui característica única entre os afluentes do Amazonas – suas águas são cristalinas – e, em frente à vila, com a descida das suas águas durante o verão, surge uma lagoa cor de esmeralda cercada por bancos de areia branca apropriadamente denominada de “Lago Verde” (foto abaixo). A confusão de versões quanto ao local dá-se pelas únicas provas das lendárias guerreiras, os Muiraquitãs, terem sido achados em diversas regiões.
De qualquer forma, acredita-se que no fim da série de acasalamentos das índias com os guerreiros “convidados”, havia a cerimônia para a deusa Iaci, quando as belas guerreiras purificavam as águas da lagoa com seus perfumes e se atiravam a ele para de suas profundezas retirarem, ainda em pedra bruta, o que daria origem ao Muiraquitã, sendo os os materiais de confecção: jadeíte, nefrite, ordósia, diorite, estratite ou pedra-cristal. Dizem ainda que este transformava-se assim que saia da água, ao entrar em contato com o ar, algumas versões afirmam que a forma era sortida, outras que as próprias índias escolhiam com o poder da mente e outras que eram moldadas manualmente pelas belas. As formas variavam entre cilíndricas, antropomórficas e zoomórficas, sendo os mais afamados os de cor verde (jade) e de forma batraquiana (sapo).
Após toda a cerimonia, presenteavam com os amuletos os guerreiros Guacaris, seus amantes, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de lhes dar outros poderes mágicos.
Hoje em dia, as peças autênticas existem apenas em museus e vão a leilões sob valores incríveis. Há quem espera encontrar uma peça original sendo assim tocado pela magia do amuleto; alguns acreditam até mesmo nas imitações, encontrados em qualquer feira nas principais cidades da amazônia; há quem acredite que este tem o poder de curar todas as doenças, de trazer um grande amor, de trazer sorte; muita discussão existe entre os historiadores quanto ao seu material e sua origem, ou seja, apesar de todas as contradições, ainda hoje, o Muiraquitã sobrevive forte e vivo no imaginário do povo amazônida.
Fontes: ENSJO, Abrasoffa, Aventur